Decodificando os ritos da compreensão do outro
O espaço da cultura Indígena na modernidade
Construir a História, um tecido complexo de acontecimentos que muitas vezes se perdem no tempo, marcar a passagem, a permanência, as transformações de um modo de vida. Cuidados especiais são guardados aquelas sociedades cujas as fontes são de difícil acesso, se faz neste ponto necessário convidar à investigação outras chaves do conhecimento.
É indiscutível o fato de que a vasta cultura existente no Brasil deve suas raízes aos povos indígenas, no entanto enquanto historiador, o trabalho de destrinchar os mecanismos de sociabilidade destes povos e incluí-los didaticamente em uma linha investigativa perpassa algumas lacunas, e com a finalidade de preenchê-las lançamos mão do estudo Antropológico, debatendo com a decodificação instigante do relativismo cultural que atravessa os portais do misticismo dos rituais nativos com devido respeito aqueles que gozam de tão rica e muitas vezes desvalorizada cultura.
Neste ponto notamos que as ácidas relações de poder subjugaram a memória das culturas nativas, a ponto de estas hoje serem pontos exóticos do cotidiano de uma cultura hegemônica que se arroga passos à frente nas camadas que se sobrepõe em um conceito do que deve ser simbolicamente valorizado.
Desta forma, decodificar, compreender as formas que escorrem sobre a pele através de pigmentos ritualísticos, enxergar as manifestações, os ritos de passagem destes não apenas como estranhas ao Eu que se constrói com distanciamento do outro, mas como uma cultura que não é inferior nem superior, mas apenas diferente.
Há muito tempo os blocos de concreto dos pilares que sustentam os degraus de um evolucionismo e etnocentrismo que exclui o outro vem sendo derrubados, e o dialogo interdisciplinar emerge como um Leviatã por sobre as construções que marginalizam a cultura indígena.
Deslocar o passado para o laboratório do pesquisador, examiná-lo, encontrar e entender seus próprios