Debatendo as noções de Desenvolvimento
3.1 DESENVOLVIMENTO
O termo desenvolvimento – conforme discussão construída após a Segunda Guerra
Mundial – fundamenta-se numa ideia-mestra de desenvolvimento baseada no “humanismo ocidental”, na qual desenvolvimento técnico-científico gera desenvolvimento socioeconômico que conduz em última instância ao progresso, ao crescimento econômico e à elevação do bem-estar social (ALMEIDA, 2002).
Incorporou-se naquele momento a noção de desenvolvimento e progresso na ideologia como um processo linear e que levaria as nações a um padrão de vida moderno e sofisticado, que deveria basear-se em tecnologia, ciência, geração e distribuição de riqueza e melhoria da qualidade de vida para a sociedade.
Furtado (2000, p. 09) nessa vertente de pensamento expõe que
As raízes da idéia de progresso podem ser destacadas em três correntes do pensamento europeu que assumem uma visão otimista da história a partir do século XVIII. A primeira dela se filia ao Iluminismo, que concebe a história como uma marcha progressiva para o racional. A segunda brota da idéia de acumulação da riqueza, na qual está implícita a opção de um futuro que encerra uma promessa de melhor bem-estar. A terceira, enfim, surge com a concepção de que a expansão geográfica da influência européia significa para os demais povos da Terra, implicitamente considerados ‘retardados’, o acesso a uma forma superior de civilização.
Essa visão demonstra a importância que a evolução das técnicas deteve para a constituição da sociedade capitalista, pois o progresso técnico é visto como “[...] o conjunto das transformações sociais que possibilita a persistência do processo de acumulação, por conseguinte a reprodução da sociedade capitalista” (FURTADO, 2000, p. 14).
Assim, percebe-se que, para essa sociedade, as técnicas são consideradas um meio de se obter maiores rendimentos econômicos dos fatores de produção – mesmo que haja escassez dos mesmos – propiciando uma