De sarney a collor: as metamorfoses da agenda pública
AS METAMORFOSES DA AGENDA PÚBLICA"
1) Mudanças na agenda política de Sarney a Collor:
Com José Sarney na presidência surgiram inúmeras expectativas como a experiência heterodoxa que era baseada no conceito de inflação inercial, o Plano Cruzado, caracterizado pela meta de combate à inflação sem recessão. A rejeição do enfoque monetarista da inflação e a desconfiança em relação às receitas recessivas do FMI, eram então dominantes. Essa tentativa fracassou. Logo após esta derrota, seguiu-se a gestão do ministro Bresser Pereira, investindo em novas lutas para derrubar a inflação, obtendo o mesmo resultado das anteriores. No ano de 1987, Bresser foi substituído por Mailson, um homem da máquina estatal, que representou um ponto de inflexão do governo Sarney. No mês de setembro, o ministro Marco Maciel chegou a anunciar o fim da Aliança Democrática, simbolizando a impossibilidade de conciliar interesses e objetivos contraditórios. Até este momento, o crescimento e distribuição de renda andavam de mãos dadas, ao lado da meta do controle da inflação, traduzindo a clivagem austeridade-crescimento. Este debate refletiu-se na cisão Fazenda X Planejamento, inicialmente contrapondo os ministros Francisco Dornelles e João Sayad e, logo após, Dilson Funaro e Sayad, durante a implementação do Cruzado e ainda nas dissensões internas do partido onde se filiava com Bresser, o PMDB, durante a gestão deste último na Fazenda. Dívida externa, déficit público, controle dos gastos, taxas de juros eram questões altamente controversas, causando divergências no interior da equipe econômica e entre ministérios-chave. De forma similar, encerrados os trabalhos da Constituinte, no ano de 1988, a nova Carta, batizada por Ulysses Guimarães de "Constituição cidadã", incorporava inúmeros ítens deste assunto. Direitos trabalhistas, direitos civis e políticos foram acrescentados juntamente com as questões da chamada agenda da modernidade em sua versão