De onde vem a inteligencia
A capacidade de raciocínio é um puzzle complexo que mistura componentes genéticos e o ambiente onde crescemos. Leia aqui as respostas às perguntas inteligentes.
Nelson Marques
21:28 Terça feira, 18 de agosto de 2009
Colin Anderson/ Getty Images Imagem microscópia de neurórios 1 137 0
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Resolver uma equação. Compor uma sinfonia. Escrever um romance. Ganhar uma partida de xadrez. Inventar a cura para uma doença rara. O que têm todas estas situações em comum? São átomos de uma anatomia complexa: a inteligência. E, contudo, não me lembro da última vez que resolvi uma equação, não me sinto capaz de compor uma sinfonia, não me interesso pelo xadrez, sinto-me ainda longe de escrever um romance e muito mais ainda de encontrar a solução para uma doença rara. Nunca tinha pensado nisto desta forma e começo a ficar inquieto: serei menos inteligente do que pensava? Como podemos aferir a nossa inteligência?
Para responder a estas questões precisamos dissecar primeiro o conceito: o que significa, afinal, ser inteligente? O neuropsicólogo Nelson S. Lima, director do Instituto da Inteligência em Portugal, define a inteligência como "um conjunto complexo de habilidades mentais diferenciadas que permitem o saber pensar, fazer escolhas, decidir e agir com êxito nos desafios da vida". Ser inteligente, explica ao Expresso, é ter a capacidade de "enfrentar e resolver as exigências e problemas decorrentes da nossa interacção com os outros". Nesse sentido, mais do que falar em inteligência, faz sentido admitir a existência de diversos tipos de inteligência, como a inteligência social ou a inteligência lógico-matemática.
A associação da inteligência ao funcionamento do cérebro impõe uma outra questão: será a inteligência inata? "A participação dos genes na construção do sistema de nervoso, tal como acontece no resto do organismo, permite concluir que as estruturas cerebrais que estão envolvidas nas actividades do