De magistro
Todas as Palavras são Nomes
A tese central apresentada por Agostinho no Capítulo V do Diálogo do Mestre, pode ser sintetizada pelo tema deste trabalho: Todas as palavras são nomes. No desenvolvimento do diálogo, Agostinho tenta comprovar racionalmente esta teoria que contraria a classificação gramatical de sintaxe, que só chama a uma parte da oração de nome.
Para tanto, em primeiro lugar, Agostinho propõe a Adeodato que encontre sinais que possam significarem-se reciprocamente, diferentemente de conjunção, que é um contra exemplo desta teoria, visto que conjunção significa coisas tais como se, ou, senão, etc., mas entre estas não se encontra alguma que possa significar conjunção.
Oferece o que seria um exemplo correto: nome e palavra, relembrando que quando dizemos nome e palavra, dizemos duas palavras e também dizemos dois nomes, do que Agostinho conclui que nome pode significar-se com palavra e palavra com nome.
Adeodato concorda imediatamente com essa conclusão, o que leva Agostinho a pedir-lhe que esclareça quais seriam então as outras diferenças entre palavra e nome, além de serem escritas e pronunciadas diferentemente.
Neste momento Adeodato, tentando garantir o caminho certo da conversação relembra o que ficou acordado entre ambos no Cap. IV, primeiro, que todo nome (cavalo) é palavra (animal), porém nem toda palavra (animal) é nome (cavalo) (p.331-10) e depois ainda reitera que embora quando se diz palavra, isso seja um nome.
Agostinho insiste com Adeodato para encontrar a diferença entre palavra e nome, caso alguém lhe afirmasse e demonstrasse que “assim como cada nome é palavra, também cada palavra é nome. (333-12)
Essa insistência é um recurso que Agostinho utiliza para forçar o raciocínio de Adeodato a concluir que embora nome e palavra signifiquem a mesma coisa, significam de maneira diferente, ou seja, por certas razões são nomes, por outras,