De lugar ao não-lugar
A utilização do espaço da rua
Josué do Nascimento Santos
Lacônica introdução
Nos estudos urbanos, podemos dizer que há uma proeminência pelos os espaços públicos por hispostatizar a vida citadina. Pois são nos espaços públicos que a diversidade se manifestará como categoria explicativa do que é a cidade. O que possibilitará uma maior mobilidade, ampliando-se desse modo, as formas de relacionamentos, de contatos.
Por serem públicos, são abertos e nenhum passe é exigido nem nenhuma identificação. Todos têm acesso e por isso neles constroem-se redes de sociabilidades. Contudo, não os espaços em si, mas socialmente construídos pelos sentidos que os atores sociais dão a eles. O que vai corroborar o entendimento de Rogério Proença (2007):
Entendo aqui espaço público como uma categoria sociológica constituída pelas práticas que atribuem sentidos diferenciados e estruturam lugares, cujos usos das demarcações físicas e simbólicas no espaço nos qualificam e lhes atribuem sentidos de pertencimento, orientando ações sociais e sendo por estas delimitados reflexivamente. (Leite, 2007, p. 23)
Nesse sentido, há como denominar as ruas como espaços públicos, objeto de nossa análise. Mas a “rua que interessa” ( Magnani, 1993) não é o espaço em si, e sim a mediação que os atores sociais tem em relação a ela definindo-a ou, melhor, estruturando-a como lugar e não-lugar. É nesse ponto que esse pequeno ensaio quer argumentar: como o espaço público da rua pode ser definido pelos conceitos de lugar e não-lugar. Para definirmos uma rua como lugar e ora outra rua como não-lugar devemos ter bem claro esses dois conceitos e aplicá-los. Neste caso utilizaremos a noção de lugar de Rogério Proença (1997) e a noção de não-lugar de Marc Augé (1994). A rua que utilizaremos para argumentar como “lugar” é a Rua de São João no bairro Santo Antonio em Aracaju. A rua para incisivo argumento de “não-lugar” é a conhecida Rua 25 de março na cidade de São Paulo.
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