De História, Historiadores e Conhecimento Histórico
Marcelo Cardoso – E-mail: macaseixa@hotmail.com
Posicionamentos de alguns pensadores acerca da história, do historiador e da construção do conhecimento histórico.
Apresentação- José Calos Reis
É infecundo o desdém de historiadores pela discussão teórica e igualmente infrutífera a discussão teórica sem apoios documentais. Pode-se priorizar uma ou outra, mas não é possível desvincular uma coisa da outra. Pode um historiador não ter idéias? Para Veyne, “é mais importante ter idéias do que conhecer a verdade”. Enfim, a querela empiristas X teóricos não deve ocorrer, pois ilegítima.(Reis,2006,p.8)
Michel de Certeau: a história é um discurso que emerge de uma prática e de um lugar institucional e social.
O que faz o historiador quando faz história? É um olhar que olha e sabe de onde olha! Sabe que seleciona, constrói, defende posições, propõe e reproduz um regime de verdade. E sabe que o universal e o global são uma impossibilidade cognitiva. A história é uma fabricação do historiador. Ele a fabrica a partir de um lugar particular inegável. Essa marca é indelével. ( Reis,2006,p.170)
O historiador não nasce feito: ele é fabricado, moldado, esculpido, plasmado por inúmeras coerções e prêmios, pressões e reconhecimentos, fracassos e sucessos...Pouco a pouco, ele aprende regras, a hierarquia, a linguagem, as referências e contra-referências, o jogo, os ossos e a carne da sua atividade. ( Reis,2006.p.170)
Duby: a história é um discurso e uma prática ao mesmo tempo social e individual
Duby ousa ir mais longe. Ele afirma que, quando escreve a história, é ele quem fala e não tem nenhuma intenção de ocultar a subjetividade de seu discurso. ( Reis,2006.p.172)
Para ele, está claro que a reconstrução integral do passado é impossível. Não se pode ressuscitá-lo. Escolhemos sempre um passado. Duby assume que não tem pretensão de dizer a verdade do passado ou de ser superior quanto a ela em relação aos seus