Em que sentido a história pode ser considerado um conhecimento objetivo?
Autor: José Divino
O conhecimento histórico pode ser considerado algo científico? A História é ou não é uma ciência? Desde o seu surgimento, a História tem provocado grandes discursões a respeito de sua identidade como ciência. Nesse sentido, há uma grande problematização que leva vários pensadores buscarem explicações que justificam a veracidade do conhecimento histórico. É impossível ser historiador sem tomar o conhecimento histórico como problema, sem avaliar o tamanho das dificuldades do empreendimento historiográfico. Se o conhecimento histórico é a construção de um sujeito, este não pode praticá-lo surda e cegamente, há uma necessidade de pôr em dúvida a sua capacidade de tocar o seu objeto, os “homens no tempo”, e partir da possibilidade do nada ao ser. Devemos admitir que embora exista há cerca de 2500 anos, o conhecimento histórico é epistemologicamente muito problemático. Existem autores que o consideram impossível (REIS, 2010, P. 130). Não podemos negar as peculiaridades do conhecimento histórico. O historiador não pode voltar ao passado e reviver os acontecimentos, assim o passado só é acessível, através dos testemunhos, ao produzir seu discurso o historiador usa sua linguagem do presente para explicar o passado, seu conhecimento é indireto e baseia em uma linguagem fantasiosa, o conhecimento histórico é incapaz de prever o futuro, sua articulação é apenas com o passado e os historiadores estão sempre discordando sem nunca chegar a um consenso. O conhecimento histórico é indireto ele não mostra o vivido ao vivo. É inconsciente. O historiador não pode tocar o seu objeto, experimentá-lo, repeti-lo. O passado é uma abstração, não é mais, e ninguém jamais saberá como teria sido. Em busca da “verdade”, os historiadores por um lado, reproduzem a linguagem das fontes e, por outro, criam novas palavras, as quais dão o nome de “conceitos”, nos quais confiam cegamente.