dançando
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DANÇANDO NA ESCOLA
Isabel A. Marques 1
RESUMO
Este artigo discute aspectos epistemológicos, sociológicos, educacionais e artísticos da dança enquanto disciplina escolar na sociedade brasileira.
Argumenta em favor de um ensino de dança crítico e transformador que trace relações multifacetadas entre corpo, escola, indivíduo, arte e sociedade contemporânea. UNITERMOS: dança, corpo, escola, educação
PARA ONDE VAI O ENSINO DE DANÇA?
(À GUISA DE INTRODUÇÃO)
Felizmente, desde que Roger Garaudy (1989) pessimisticamente declarou ser a dança o "primo pobre da educação", o parentesco desta linguagem artística com as demais disciplinas do currículo já foi bastante alterado.
No Brasil, tenho notado nos últimos anos a preocupação de nossos educadores e legisladores em pelo menos mencionar a dança em seus trabalhos e programas.
Em 1992, por exemplo, a dança passou a fazer parte do Regimento da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo como linguagem artística diferenciada. Do mesmo modo, já são muitos congressos, simpósios e encontros tanto na área de Artes quanto de Educação
Física que estão incluindo a dança como parte de seus programas. Seria interessante também mencionar o crescimento do número de grupos de dança no país e de festivais, encontros e programas regulares tais como os
"Movimentos de Dança", patrocinado pelo SESC-São
Paulo, ou o "Feminino" e "Masculino" na Dança que ocorre todos os anos no Centro Cultural Vergueiro, em
São Paulo, e ainda o "Carlton Dance Festival". Estes programas têm incentivado tanto novos quanto antigos coreógrafos a um intercâmbio maior entre os próprios grupos e público nacional/estrangeiro. Não poderia deixar de mencionar o festival de dança de Lyon, em 1996, na
França, dedicado ao Brasil. Já são também várias universidades e instituições de ensino no país que vêm promovendo cursos