Dançando no escuro

Universidade Federal de Juiz de Fora
Instituto de Artes e Design

Filme: Dançando no escuro (Dancer in the dark, 2000), Lars Von Trier

Esse filme de Von Trier foge um pouco das classificações de genero, por não se tratar necessariamente de um filme comercial, e sim artístico, como um resgate do “bom” cinema, proposto pelo Dogma 95, manifesto proposto por Von Trier e Thomas Vintenberg, de cunho técnico e ético. Dançando no escuro se confunde nos gêneros, sendo um musical em essência e um drama em sua narrativa. Essas características são bem marcadas ao longo do filme.
Com interpretação carregada de grande carga emocional, Björk no papel da protagonista Selma, encerra uma história comovente de uma imigrante que vai para os Estados Unidos, na esperança de juntar dinheiro para a cirurgia de visão do filho, que assim como ela, poderá um dia perder completamente a visão. Selma é apaixonada por musicais, e no tempo em que não está trabalhando, tenta se dedicar um pouco a arte que ama. O filme tem também forte carga critica, mostrando alguns problemas básicos do american-way-of-life.
O drama é marcado então, pela narrativa, Selma após conseguir juntar dinheiro suficiente para a cirurgia do filho, é roubada por seu anfitrião, um policial cheio de dividas e com medo de contar a esposa que não pode continuar dando a ela a vida de princesa que ela vive. O musical se faz nas cenas de devaneio de Selma, sonhadora, perde-se em vários momentos em sonhos ritmados e cheios de coreografias. Esses devaneios são também caracterizados por momentos de muita luz e cor no filme, dando um aspecto de luz estourada na imagem. Isso reafirma ainda mais o aspecto onírico da cena. Von Trier nessas cenas, abusa também do efeito vertiginoso de sua câmera: cortes rápidos, e uma sucessão de posicionamentos distintos tornam as cenas rápidas e trazem imagens como flashes na tela do espectador. Dessa forma são construídas algumas das cenas mais marcantes do filme.
Outro aspecto fundamental