Dadaismo
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Estudos Literários
"Que cada homem grite: há um grande trabalho destrutivo, negativo, a executar. Varrer, limpar. A propriedade do indivíduo se afirma após o estado de loucura, de loucura agressiva, completa. De um mundo abandonado entre as mãos dos bandidos que rasgam e destroem os séculos." (Tristan Tzara)
Em plena Primeira Guerra Mundial, vários movimentos de vanguarda eclodiram na Europa, como o Futurismo, o Expressionismo, o Cubismo, o Dadaísmo e o Surrealismo (um pouco depois). Todos estes movimentos tinham um denominador comum: desacreditar a literatura e as artes, que estavam estagnadas e passivas nas mãos dos burgueses que haviam iniciado a guerra. De todos esses, o Dadaísmo (movimento de artistas plásticos e poetas), foi o mais radical e demolidor. Propunha-se desmantelar todos os valores artísticos consagrados, fossem quais fossem; não para construir algo em seu lugar, algo julgado melhor ou utopicamente desejável, mas pelo simples fato de pôr abaixo as instituições estabelecidas, as correntes estéticas da moda. Os dadás entendiam que, enquanto a Europa se banhava em sangue, o cultivo da arte não passava de hipocrisia e presunção. Por isso, era necessário ridicularizá-la, agredi-la. Daí provém a irreverência, o deboche, a agressividade e o ilogismo dos textos. Os poetas dadaístas destruíram a rima, o ritmo e principalmente o significado lógico.
Durante a Primeira Guerra Mundial a Suíça se mantinha neutra. Nela se refugiam artistas e intelectuais de todos os pontos da Europa, abrigando-se em Zurique. Alguns desses foragidos da guerra se reuniam no Cabaret Voltaire, ponto de encontro e espaço cultural, onde a oito de fevereiro de 1916, o romeno Tristan Tzara e os alemães Hugo Ball e Richard Huelsembeck lançam, com o manifesto de Tzara, o movimento Dadaísta: "[...] um desejo de independência, de desconfiança para a comunidade. Os que estão conosco guardam a sua liberdade. Não reconhecemos nenhuma teoria. Basta de