Currículo Escolar na Perspectiva Inclusiva: Algumas Reflexões
Sumika Soares de Freitas Hernandez Piloto
1- QUE ENTENDEMOS POR CURRÍCULO ESCOLAR?
A palavra currículo vem da palavra latina Scurrere, correr, e refere-se a curso (ou carro de corrida). As implicações etimológicas são que, com isso, o currículo é definido como um curso a ser seguido, ou mais especificamente, apresentado. (Goodson, 1995, p.31).
No século XVI, com a revolução científica, os métodos que vigoravam eram aqueles que buscavam a quantificação, linearidade, seriação, classificação. O currículo estava relacionado à aquilo que se pode medir e quantificar . Isso aparece no currículo uma vez que foi dividido em classes, disciplinas e mostrava sua preocupação sob o que é ciência (ler, escrever, contar). Em sua trajetória histórica no final dos anos 70, com o surgimento da teoria crítica, várias correntes desabrocharam em torno a temática, possibilitando inúmeras discussões também no Brasil.
Goodson (1995) apresenta que é impossível separar a ideia de currículo de “conteúdo a ser apresentado para estudo”. O autor concluiu que ao associarmos currículo a pista de corrida, ficamos limitados a uma visão de currículo que o toma como rota trajetória, um curso a ser realizado, que pressupõe etapas, sequências, estágios, séries, níveis, padrões, comportamentos a serem garantidos na realização desse curso ou trajetória.
Ferraço (2004) considera pertinente problematizar o currículo e tem a intenção de tirar do foco a ideia de currículo como “objeto documento’ e coloca-lo na de currículo como “redes de saberes-fazeres dos sujeitos” que praticam, de diferentes modos, os múltiplos espaços-tempos das escolas.
O autor coloca em discussão a ideia que assume o currículo, relacionando-o a tudo que acontece nas escolas. Ou seja,
Pensamos currículo como redes de fazeres-saberes, produzidas e compartilhadas nos cotidianos escolares, cujos fios, com seus nós e linhas de fuga, não se limitam a esses