Currículo de Geografia
Desse modo, é preciso entender que tanto a Geografia quanto o currículo passaram por sucessivas renovações ao longo das últimas décadas, abandonando perspectivas tradicionais, baseadas em visões geralmente estáticas e decorativas da realidade, para compreensões calcadas no social e na vivência do estudante. Além disso, as tendências atuais focam na relação do professor e aluno com uma preponderância maior para esse último, que se torna o construtor do próprio conhecimento, o que faz do educador apenas um facilitador da aprendizagem.
A ciência geográfica vem, com o tempo, buscando abandonar as perspectivas que colocaram os conhecimentos espaciais sob uma ótica marcada pela enumeração de informações das diferentes partes do mundo. Nesse sentido, buscou-se a promoção de conteúdos que permitissem uma reflexão crítica sobre o mundo por parte do aluno, com ênfase nas questões da luta de classes, das dinâmicas de concentração de renda e da relação homem/meio pautada pelas lógicas de produção.
As diferentes críticas a esse modelo – muito orientado por um viés marxista com influências estruturalistas e pós-estruturalistas – fizeram emergir uma política de conhecimento que, apesar de levar em conta as dinâmicas sociais e suas críticas, volta-se para o contexto e o cotidiano de vivência do aluno. Assim, em uma noção mais fenomenológica, o aluno é motivado a entender o mundo a partir de sua realidade e com base na relação do local com o global.
Embora os parâmetros curriculares sejam estabelecidos pelas secretarias estaduais de educação – o que faz com que diferentes perspectivas sejam adotadas,