Curriculos de matemática para onde se orienta
Célia Maria Carolino Pires. Programa de Estudos Pós Graduados em Educação Matemática da PUC/SP. Presidente da SBEM (2001/2004). ccarolino@sti.com.br
Resumo:
Questões de diferentes naturezas permeiam as discussões sobre currículos de Matemática. Estas questões envolvem aspectos amplos como os de natureza política e educacional e, também aspectos mais particulares como os de natureza didática e epistemológica. Dentre os aspectos de natureza política e educacional, destacam-se algumas indagações históricas, provocadas por autores como Bourdieu (citado por Whitty, 1985), Sacristán (2000) entre outros. São perguntas como por exemplo: (i) Em que medida a opção curricular adotada é um instrumento de possível exclusão para os alunos, tendo em vista que os “currículos dominantes costumam pedir a todos os alunos o que só uns poucos podem cumprir” (Bordieu,)? (ii) Não seria o debate sobre a composição de currículos, referentes aos níveis obrigatórios da escolaridade, uma absoluta necessidade tendo em vista que “aí se está decidindo a base da formação cultural comum para todos os cidadãos, seja qual for sua origem social, independentemente de suas probabilidades de permanência no sistema educativo em níveis de educação não obrigatórios”? (Sacristán, 2000). (iii) A aposta no currículo comum para todos é de fato uma via para a conquista da justiça social? (iv) como ignorar o fato de que cada aluno está inserido num meio social concreto e com uma bagagem prévia muito particular que serão suas “bases” para dar significado ao currículo escolar? Dentre os aspectos de natureza didática e epistemológica, diferentes questões são debatidas, como por exemplo. (i) que Matemática deve ser ensinada às crianças e jovens de hoje e com que finalidade? (ii) como teorias didáticas e metodológicas devem ser incorporadas ao debate curricular, sem que sejam distorcidas e tragam mais prejuízos do que ganhos