curriculo por projetos
NEGOCIAÇÕES, TRADUÇÕES E BURLAS
Kelen Antunes Lyrio – UFES
EDUCAÇÃO
INFANTIL:
SOBRE
AS
Resumo
O texto problematiza os currículos por projetos vividos no Centro Municipal de Educação
Infantil (CMEI) na Prefeitura Municipal de Vitória (PMV), onde as práticas dos sujeitos, professores e alunos, acontecem por meio de projetos, porém, durante a pesquisa foi possível perceber como esses sujeitos reinventam no cotidiano escolar esse currículo. Através das negociações, traduções e burlas criam outras formas de ensinaraprender que vão para além da proposta prescrita dos projetos e falam de um currículo como redes de saberesfazeres. Nesse currículo as negociações e traduções nos dão pistas para pensarmos em outra configuração do currículo que supera a grafia da árvore impressa e caminhe para a metáfora do rizoma.
Palavras-chave: Currículo. Cotidiano. Projetos.
O que estamos chamando de currículo por projetos?
Quando iniciei meu trabalho no CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil), em 2005, procurei, junto com o Corpo Técnico Administrativo (CTA) do CMEI, fazer um estudo inicial do que seria o trabalho com o projeto. Então o CTA sugeriu um estudo que abordasse as idéias de Fernando Hernández a partir de sua obra “A organização do currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio”, para que o grupo pudesse entender um pouco sobre o que vem a ser um trabalho com projetos, embora essa política já fosse abordada e desenvolvida na Prefeitura de Vitória, como consta no relato da professora Regina:
Autora – Em relação aos projetos, vocês tiveram algumas formações ou estudos sobre projetos?
Professora Regina – No CMEI em que eu trabalhava em 1999 começou o trabalho com projeto, o horário do professor era das 7h às 12h, então o CTA, das 12h às 13h, fazia o grupo de estudo. Era polêmico porque tinha aquele grupo que não podia ficar, por trabalhar em outro espaço, e era o horário de transição, mas tinha outros profissionais que