CULTURAS INFANTIS EM CONTEXTOS DESIGUAIS: MARCAS DE GERAÇÃO E CLASSE SOCIAL
CULTURAS INFANTIS EM CONTEXTOS DESIGUAIS: MARCAS DE GERAÇÃO E CLASSE SOCIAL
Deise Arenhart – UFF
Agência(s) Financiadora(s): CNPq/CAPES
1. Introdução
Este trabalho é fruto de minha tese de doutorado e tem como objetivo apresentar uma espécie de síntese da mesma, dando ênfase às principais questões da pesquisa e buscando, ao longo do texto, evidenciar os principais achados que as respondem. Sendo assim, o mesmo está estruturado de forma que, primeiramente, localizo o problema da pesquisa, as principais questões e os caminhos teórico-metodológicos que a nortearam. Num segundo momento, destaco e discuto as duas categorias que se sobressaíram da análise da empiria, as quais estão diretamente relacionadas ao problema central da tese: o corpo e a brincadeira. Em seguida, com base em algumas evidências empíricas, reflita a cerca da manifestação da reprodução interpretativa e, por fim, situo algumas contribuições da pesquisa e possíveis desdobramentos para a área da educação e infância.
2. O problema, questões e caminhos da pesquisa
Em minhas incursões nos estudos sobre infância tenho me inquietado com as condições sociais da infância contemporânea, tanto as que emergem de processos culturais que tendem a empurrar a infância precocemente à idade adulta como as de ordem estruturalmente econômicas que têm acirrado a produção das desigualdades sociais. Essa realidade tem me instigado a estudar como as crianças reagem a estes condicionantes sociais – reproduzindo-os e inovando-os - e como esse processo se expressa nas suas culturas.
Assim, em minha tese de doutorado que originou este trabalho, me propus a investigar culturas infantis buscando ir além da perspectiva comumente abordada nos estudos socioantropológicos da infância, quer seja, evidenciar processos de produção cultural na infância para compreender a relativa autonomia das culturas infantis frente aos adultos e indicar