Cultura e modernidade
O autor lança a seguinte problemática: como entender o contato entre as civilizações? A partir daí, ele trabalha os conceitos de mapa cultural (espaço ocupado por unidades distintas, dinamizadas pelo movimento de cada uma dessas partes) e salienta que as sociedades não são estáticas, mas dinâmicas entre si. As suas culturas entram em contato através dos próprios homens – por via da memória coletiva. Esse “choque cultural”, inclusive, se dá no seio de um território. Ortiz ressalta ainda que uma cultura tem a capacidade de reinterpretar os elementos forâneos. No século XX, dois movimentos dão força ao processo de mundialização: a diversificação dos produtos e a produção em escala industrial. Um exemplo disso acontece na culinária, em que os alimentos perdem a fixidez dos seus territórios e de adaptam ao contexto em que estão inseridos. Não há “mexicanidade” nos tacos da Bell, nem “italianidade” nas pizzas Hut. A McDonalds, por sua vez, leva a taylorização às cozinhas por conta da “aceleração da vida” das pessoas. O capitalismo ianque, materializado nessas multinacionais, impõe a sua coerção a todos. Renato Ortiz fala também dá unicidade linguística, que daria legitimidade à nação e fortaleceria o mercado. Uma língua “estrangeira” torna-se “secundária” com a mundialização – o que o ocorre com o inglês em vários países (sobretudo, naqueles que têm uma variedade de línguas conflitantes).
“Toynbee considera a evolução da humanidade como um organismo, cujo ciclo da vida passaria por momentos distintos: nascimento, crescimento e morte. Todo seu esforço coniste em apreender a gênese e o declínio das formações sociais, na esperança de descobrir uma lógica na sequência de surgimentos e desaparecimentos das culturas humanas.” p. 71
O problema levantado por Toynbee é sugestivo. Ele revela um tipo de concepção subjacente a um conjunto de estudos. Afinal o que é mapa cultural? Trata-se de um espaço ocupado por unidades diferenciadas, no qual a