Cultura visual
abstract
Porque e como falamos da cultura visual?
Raimundo
MARTINS
resumo
Organizado em três partes, este artigo descreve, na primeira, circunstâncias históricas e sociais que precederam a emergência da cultura visual destacando as divergências entre as noções de belas artes e artesanato. Na segunda, caracteriza a cultura visual e seus projetos e propósito como campo de conhecimento e prática pedagógica. Na última, foca a importância da interpretação crítica e a forma como ela se insere na educação da cultura visual. Palavras-chave: cultura visual, prática pedagógica, interpretação crítica.
VISUALIDADES. REVISTA DO PROGRAMA DE MESTRADO EM CULTURA VISUAL - FAV I UFG
Uma das mudanças fundamentais que afetou as práticas artísticas nas três últimas décadas foi a perda do estatuto ontológico da arte e, em decorrência, a dissolução das especificidades e traços essenciais que a caracterizavam. Idéias como “autonomia”, “originalidade” e “autenticidade”, outrora conceitos que distinguiam a obra de arte, foram gradativamente distanciando obra e fazer artístico dos processos e práticas do cotidiano. A idéia de autonomia da ‘obra de arte autêntica’ (ADORNO, 1970), preceito que privilegia a análise do objeto de arte em detrimento da experiência estética, contribuiu para o isolamento da arte em relação ao mundo material e à práxis da vida tendo como implicação uma esterilização do potencial da arte como crítica social