Critica filme odio
O filme utiliza técnicas do cinema verdade por ser um filme de finalidade documental, mas acrescenta-lhe uma montagem, truques visuais e efeitos sonoros que aumentam a sensação geral de nervosismo. O realizador ao conviver com os actores, tentou combinar o seu estilo para que as personagens fossem o mais parecidas possível da realidade.
Com a independência das colónias (principalmente as colónias africanas) e a destruição causada pela Segunda Guerra Mundial, houve um aumento de imigrantes em França, o que fez com que o país enfrentasse um problema de arrendamentos para seus habitantes. Durante os anos 50, viveu-se em França o “boom” da construção, um vasto programa de construção de alojamentos baratos, em prédios novos. Assim, os já existentes subúrbios, acabaram por ser a solução de alojamento para os imigrantes, o que foi um indício da exclusão, do isolamento perante uma condição socioeconómica. Kassovitz trabalhou nessa situação, filmando os subúrbios de Paris, mas também sobre os contrastes espaciais, as zonas de transição, as viagens pendulares entre o bairro e a cidade de Paris.
A escolha de filmar a preto e branco, procura ampliar o ambiente de conflito e desconfiança vivido nos subúrbios. Pode-se fazer uma comparação entre a estética do bem, representado pelo branco e do mal, representado pelo preto. Este contraste demarca um comportamento ético considerado moral ou amoral, é neste limite que se encontram as personagens do filme. Ao optar pelo preto e branco, o realizador destrói a imagem romântica e idealizada da “cidade luz”, a França que vemos é isenta de glamour. O impacto causado pelo preto e branco ganha muito mais força ao lado do silêncio, elemento bastante presente no filme. Os diálogos são acompanhados por longos intervalos sem fala, apenas som, sem música.
A fotografia a preto e branco contrasta com os cortes bruscos das imagens. O cineasta utiliza o plano sequência (isto é,