Articulação entre o filme de Hanna Arendt e eichmann de jerusalém

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O filme “Hannah Arendt” é fruto de um recorte histórico de um período específico da vida da filósofa judia de mesmo nome. Este recorte histórico mostra as reações polêmicas que ocorreram diante da publicação de seu livro: “Eichmann em
Jerusalém, Um relato sobre a banalidade do mal”.
No filme, que se passa em 1961, ou seja, após a Segunda Guerra Mundial, o nazista alemão Adolf Eichmann é preso na Argentina e levado para Jerusalém, onde é julgado por seus crimes contra a humanidade.
Arendt, que após fugir de um campo de concentração, vivia uma época tranquila de sua vida nos Estados Unidos com o marido, sente-se tentada a assistir o julgamento.
Já tendo escrito sobre totalitarismo, ela tinha forte interesse acadêmico em ver um nazista “em carne e osso”. Daí, Hannah vai para Jerusalém cobrir o julgamento para a revista “New Yorker”, que, posteriormente, publicou seu livro sobre o assunto.
A filósofa se surpreende bastante com as impressões que tem sobre o julgamento e, principalmente, sobre o próprio Eichmann. “Ele não dá medo algum. É um ninguém”
(fala extraída do filme “Hannah Arendt”, 2012), diz ela a um amigo após assistir à primeira sessão do julgamento. À época, a impressão geral, principalmente por parte do povo judeu, do qual Hannah fazia parte, era que Eichmann, assim como todos os nazistas envolvidos de alguma forma com a efetivação da Solução Final, eram monstros perversos, encarnações do próprio mal.
Hannah analisa o caso de uma forma bastante diferente. Ao invés de enxergar, na figura de Eichmann, um monstro, ela viu um burocrata extremamente empenhado em seguir ordens. Todo o envolvimento do réu com o assassinato de judeus era visto por ele próprio não como atos revestidos de ódio, maldade ou vontade deliberada de matar, e sim como a simples execução administrativa de suas funções. Sendo assim, a natureza de seus crimes era diferente. Não se tratava de crueldade, e sim da mediocridade de um homem que, sendo um funcionário

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