Critica filme control
Antes de se tornar um produto, a atitude punk surgiu na década de 1970 numa Inglaterra cujos subúrbios estavam a trasbordar de insatisfação, com as cidades transformadas em grandes parques industriais onde os jovens tinham poucas alternativas: tornar-se operários ou encarar a realidade de um futuro sem perspectivas. Assim é que muitos deles optaram por aquela atitude niilista que costumamos associar ao termo "punk". Num movimento que incluía a vontade manifesta em ser ouvido, muitas bandas surgiram sem grande educação musical. O importante naquele momento era desafiar o “status quo” com um som “sujo” e letras furiosas que deixassem clara a insatisfação e o tédio predominante entre a juventude.
Nesse cenário, Malcom McLaren transforma a banda Sex Pistols num produto que agrega todos os ingredientes do punk. É aqui que entram os Joy Division, pois foi num concerto dos Sex Pistols que toda a banda se conheceu. O sucesso dos Joy Division estava ligado ao facto de ter sido a primeira banda a pensar nessa insatisfação punk sob uma perspectiva mais subjectiva. Com as letras densas de Curtis, o que se ouve são as reflexões e as dores dessa mesma juventude.
Devido à formação de fotógrafo do realizador, o filme a preto e branco tem uma grande predominância de planos fixos, o próprio assume que o filme mais parece uma sequência de fotografias do que propriamente uma montagem de planos em movimento. A paleta em tons de cinza serve também para drenar a riqueza exagerada das cores da época e acentuar a natureza deprimente desta história em particular. Foi filmado numa película a cores e só depois transferido para preto e branco em formato 35mm, visto que o preto e branco inicial tornava-se demasiado granulado.
O cineasta recria com detalhes a primeira aparição da banda no lendário programa de televisão de Tony Wilson e também dedica atenção à criação artesanal da capa do primeiro single dos Joy Division. É também