Cultura organizacional
No decorrer do desenvolvimento capitalista, profundas mudanças de ordem econômica, política e social repercutiram consideravelmente sobre o nível e a composição inteira da força de trabalho. As mudanças tecnológicas decorrestes do processo de industrialização acentuaram a divisão social e sexual do trabalho, atuando diretamente na estrutura do emprego, tanto na zona rural como nos centros urbanos. Partindo dessa análise, a importância que desempenhou a mão de obra feminina no mercado de trabalho cada vez é mais avançada.
O crescimento da participação feminina no mercado de trabalho brasileiro foi uma das mais marcantes transformações ocorridas no país desde os anos setenta. Várias são razões para explicar o ingresso acentuado das mulheres no mercado de trabalho a partir dos anos 70. A necessidade econômica, que se intensificou com a deterioração dos salários reais dos trabalhadores e que as obrigou a buscar uma complementação para a renda familiar é uma delas. Outras causas, portanto, também explicariam o novo comportamento feminino.
A elevação, nos anos setenta, das expectativas de consumo, face à proliferação de novos produtos e a grande promoção que deles se fez, redefiniu o conceito de necessidade econômica, não só para as famílias das classes médias, mas também para as de renda mais baixa, entre as quais, embora a sobrevivência seja a questão crucial, passa a haver também um anseio de ampliar e diversificar a cesta de consumo. Trabalhar fora ajuda no orçamento doméstico, adquire novas possibilidades de definição, que se expressam de maneiras diferentes em cada camada social, armas que só se viabilizam pela existência de emprego. Nos anos 70, a expansão da economia, a crescente urbanização e o ritmo acelerado da industrialização configuram um momento de grande crescimento econômico, favorável à incorporação de novos trabalhadores, inclusive o sexo feminino. A sociedade brasileira passou,