Inserção da mulher nas relações sociais
Há profundas razões históricas que determinam as disparidades entre homens e mulheres. Esse conflito é uma das expressões da questão social, oriunda da contradição entre as relações de capital e trabalho.
Segundo Sérgio Lessa, em sua obra “Abaixo a família monogâmica” fundada em Marx e Engels, nas sociedades primitivas apesar da divisão de tarefas em cooperação comunitária, não havia hierarquização e perda de autonomia dos indivíduo, e não havia concorrência. A violência se fez presente, mas com fortes limites, pois os indivíduos mantinham uma relação de interdependência para a sua sobrevivência. As mulheres tendiam a ser afastadas das atividades de maior risco, pois o número de população futura estava diretamente ligado à quantidade de mulheres férteis. A tarefa de criar e proteger os filhos e produzir alimentos era coletiva, então a exploração do homem pelo homem e a propriedade privada não eram necessárias.
Com o avanço da agricultura e pecuária, o homem passou a produzir excedentes, não tendo a necessidade de trabalhar por tempo integral para garantir a sua subsistência, portanto a força de trabalho também tornou-se excedente, a quantidade produzida passou a não atender todas as demandas, a carência se fez presente, acarretando a exploração do homem pelo homem e o trabalho alienado. Essa exploração só se concretiza por meio da violência à massa dominada, mediada pelo aparelho estatal criado pela classe dominante. A parte concentrada e não consumida pela classe proprietária é investida em desenvolvimento tecnológico das forças produtivas.
Enfraquecendo as possibilidades de resistência à exploração, o surgimento da família monogâmica ou nuclear é consequência da perda dos laços primitivos baseados na cooperação, então os indivíduos buscam a sua sobrevivência de modo individual, privatizando suas relações familiares e a reprodução biológica, retirando-as do ambiente coletivo.
Lessa coloca que ainda que se