cultura moderna
A idéia de nação e nacionalismo começou a ser mobilizada na Europa a partir do século XVIII para designar a identidade de cada povo. Entre 1830 e 1880, momento do liberalismo triunfante, havia, segundo Eric Hobsbawm, "três critérios que permitiam a um povo ser firmemente classificado como nação, sempre que fosse suficientemente grande para passar da entrada":
1. "O primeiro destes critérios era sua associação histórica com um Estado existente ou com um Estado de passado recente e razoavelmente durável";
2. "o segundo critério era dado pela existência de uma elite cultural longamente estabelecida, que possuísse um vernáculo administrativo e literário escrito";
3. "o terceiro critério, que infelizmente precisa ser dito, era dado por uma provada capacidade para a conquista" (Hobsbawm, 1998 )
Para se constituir uma nação era preciso, portanto, já haver um estado de fato, que possuísse uma língua e uma cultura comuns, além de demonstrar força militar.
Falando da identidade cultural quando se quer referir a grupos que não se apóiam em um Estado-Nação, mas que reivindicam a pertença a uma cultura comum. Nesse caso, não se mobiliza a referência geográfica, e a tendência desses movimentos é ser transnacional, baseando-se em categorias tão diversas como raça, etnia, gênero, religião. Todavia, também nesse caso, trata-se de determinar um patrimônio comum e difundi-lo. Isso implica na revisão da história.
Os movimentos negros pode servir de demonstração de que a cada momento histórico corresponde a construção de uma identidade específica. Nos anos 1930, Aimé Césaire criou o conceito de negritude como glorificação dos valores negros, que é uma antítese do preconceito branco-colonial de que os negros não tinham valores. Césaire, homem de seu tempo, é tributário da revolução do pensamento que se operava enquanto esteve em Paris fazendo seus estudos superiores e onde fez amigos entre os estudantes africanos.
“A melting pot”,