cultura do medo
A "cultura do medo" faz como que temamos, "freqüentemente, as coisas erradas". "Um dos paradoxos é que os problemas sérios continuam amplamente ignorados, ainda que causem exatamente os perigos mais abominados pela população. A pobreza, por exemplo, correlaciona-se com molestamento de crianças, crimes e consumo de drogas. A desigualdade de renda também se associa com resultados diversos para a sociedade como um todo. Quanto maior a diferença entre ricos e pobres em uma sociedade, maiores são os índices de mortalidade provocados por doenças cardíacas, câncer e homicídio", escreve.
Para o professor do Departamento de Sociologia da Southern Califórnia (EUA), escolhe-se abordar supostas "tendências" de "estudantes assassinos" ou de "fúria no trânsito" ao invés de desigualdade social, falta de educação ou saúde para todos, por exemplo, porque o medo dá lucro. "Muito poder e dinheiro estão à espera daqueles que penetram em nossas inseguranças emocionais e nos fornecem substitutos simbólicos", escreve. Parte da mídia, que extrai audiência da dramatização e da espetacularização de casos específicos; políticos que se apóiam no medo para acuar a população e garimpar votos; outros grupos com interesses diversos, políticos e religiosos.
No prefácio à edição brasileira, o sociólogo