cultura como tradição
Inicialmente, o Autor relata um fato de quando era estudante e bolsista na Universidade de Florença na Itália á vinte e cinco anos onde encontrou dificuldade em se adaptar a rotina com hábitos culturalmente diferente ao que estava habituado no Brasil.
Em Florença ele morava no sótão de uma casa muito antiga que funcionava como albergue, onde não tinha chuveiro ou qualquer tipo de instalação que permitiria a adaptação de algo semelhante. Assim, quem tivesse o hábito de tomar banho como ele, deveria caminhar por dez quarteirões e procurar na estação de trem um lugar de banhos públicos. A dona da casa, uma viúva de romance, via com intranquilidade esses hábitos e o aconselhou que comprasse uma bacia plástica grande, e a fizesse de banheira. De fato ele procurou uma loja de artigos domésticos e adquiriu a maior bacia que havia lá, uma tina enorme de plástico. Todo contente, voltou para casa com aquele embrulho muito incômodo. No apartamento mostrou o pacote a Viúva que olhou com um olhar severo e perguntou: “Foi o senhor que carregou esse bacião da loja até aqui?” Ele respondeu que sim, e ela o olhou com um olhar de espanto e, talvez, uma ponta de desdém e disse uma frase: “O senhor tem cultura, mas é muito democrático”. Isto porque ele tinha carregado a bacia pela rua afora. Ela achou que ele sendo uma pessoa culta, deveria pertencer a um certo grupo humano que não carregava bacião de plástico na rua. Ela fazia esta distinção.
Essa frase fez com que o autor fizesse uma reflexão mais abrangente, analisando através da história da humanidade aspectos culturais e situações que justifique ou não esse pensamento.
Segundo o Autor, seguindo a linha de raciocínio da viúva a primeira conclusão nos leva a situar a cultura na sociedade de classes como mercadoria, como algo que se pode obter, assim como uma sociedade pré-capitalista