Cultura como tradição - Alfredo Bosi
Escola de Ciência da Informação
Biblioteconomia – Noturno
Cultura e Informação
Professor: Solange Macedo
BOSI, Alfredo. Cultura como tradição. In: BORNHEIM, Gerd et al. Cultura brasileira: tradição/contradição. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. P. 31-58.
“Evidentemente, quando se pensa em cultura, pensa-se em um processo que vem sendo trabalhado há muitos anos, há séculos, e que se recebe e que se transmite.” (p. 33)
“O senhor tem cultura, mas é muito democrático”. (p. 34)
“Então a cultura é alguma coisa que a gente tem, como se possui uma casa, um automóvel, enfim, um bem, um bem de consumo, em bem de circulação, alguma coisa que se pode obter, que se pode comprar e, finalmente, ser proprietário dela” (p. 35)
“A esta visão de cultura eu chamaria de reificada, isto é, uma visão que considera a cultura como um conjunto de coisas.” (p. 35)
“Pelo conceito reificante as duas instâncias tornam-se exclusivas. Se nós queremos, ao contrário, construir uma sociedade democrática, acho que, nesse particular, devemos repensar a fundo o conceito de cultura e destruir em nosso espírito ou, pelo menos, relativizar fortemente a idéia de que a cultura é uma soma de objetos.” (p. 36)
“(...) cultura é vida pensada. O projeto de cultura que gostaríamos que vingasse numa sociedade democrática é aquele que desloca o conceito de cultura e mesmo o conceito de tradição. Em vez de tratar a cultura como uma soma de coisas desfrutáveis, coisas de consumo, deveríamos pensar a cultura como o fruto de um trabalho. Deslocar a idéia de mercadoria a ser exibida pela idéia de trabalho a ser empreendido.” (p. 38)
“A cultura é um processo.” (p. 38)
“Concepção ergótica da cultura: a cultura como ação e trabalho.” (p. 39)
“É o processo e não a aquisição do objeto final que interessa.” (p. 40)
“Acredito que essa visão ergótica e processual de cultura nos pode ajudar muito. Em primeiro lugar, do ponto de vista ideológico, passamos a dar