Cuidados paliativos, quando?

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-No registo que diz não há nada a fazer é que os cuidados paliativos deviam entrar. Os cuidados paliativos deviam entrar no momento do diagnóstico da doença, de modo a que em conformidade, à medida que os curativos começam a diminuir de intensidade a sua intervenção, os paliativos aumentam na mesma proporção, porque aí a família aceita-nos melhor, o doente aceita-nos melhor, porque senão somos tipo a equipa da morte, que só actua na altura da morte.
-Uma das coisas que têm sido discutidas é algum ênfase de alguns oncologistas perante essa questão.
-O problema aqui é trabalharmos em equipa. E trabalhar em equipa interdisciplinar.
Não tem que ser só médico e enfermeiro. Significa médicos com médicos, enfermeiros com enfermeiros de outras Instituições, de outros serviços, de modo a que o objectivo seria o cuidar do doente com excelência. Parece-me que os médicos oncologistas (Nem todos. Eu conheço oncologistas... há grandes diferenças) têm medo de perder os doentes, aquilo que é deles. Enquanto não fazem tudo pelo doente... ainda bem que fazem isso, mas os cuidados paliativos não deixam de ter a sua necessidade, porque intervêm numa dimensão muito mais global. Não é a doença que se está a tratar, mas é a pessoa com aquela doença, na sua dimensão psicológica, social, ambiental, espiritual. E é esse o contexto em que a equipa de cuidados paliativos deve entrar. Nós em Portugal estamos pouco habituados a trabalhar estas dimensões. Chamamos só o psicólogo quando vimos que a pessoa está deprimida ou com problemas, ou o psiquiatra: esquecemos que a pessoa – no todo - pode ter necessidades que não têm que dar patologia (às vezes não são sempre patológicos), mas não é por causa disso que não merecem uma intervenção diferente. É a minha opinião.
- A sua idade?
-Quarenta e sete anos.
-Categoria profissional?
-Sou médica de clínica geral, assistente de clínica geral.
-A Instituição em que se formou é...
-Faculdade de Ciências Médicas, Universidade

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