Crônica
Era Domingo, 9 horas da manhã, e eu tinha que comprar um açúcar. Nada melhor do que ter que sair de casa em pleno domingo para isso. Mas, tudo bem, eu iria virar escravo da minha mulher de todo jeito.
Engraçado que, quando eu entro no supermercado, a primeira coisa que vejo é a fila de pequenas compras. Ela sempre é a mais lotada, demora mais do que todas as outras filas, e mesmo assim eu vou insistir em passar nela no fim do dia. É, tem coisas que nunca mudam. Agora só basta procurar o que eu vim comprar.
Açúcar, açúcar, açúcar... Onde está você? Passei por algumas prateleiras até encontrar o danado. Pelo visto, só vai faltar mesmo enfrentar a fila enorme. Já me sentia feliz, quando o celular tocou.
- Oi, amor.
- Roberto, está faltando a margarina, queijo prato (é para comprar 10 reais, nem mais nem menos. O que você acha que eu vou comer com pão?). Aproveita e compra o feijão que já está acabando, e 6 polpas daquelas de frutas, bem sortidas...
- Claudinha... Claudinha! - Só então ela parou de falar. - Eu não vou decorar tudo isso, pode falar com calma.
- Faz o seguinte, pega o papel que eu deixei no bolso da sua calça e tem uma caneta no bolso da camisa. - Eu comecei a palpar meus bolsos e percebi que ela estava certa. Quando fez isso? E como? – Pronto! Agora vou repetir tudo de novo. Mas vê se não demora, porque o almoço tem que sair antes das 14 horas, é a hora que mamãe vem para cá. Eu disse que ela viria? É, querido, domingo sempre tem dessas coisas...
E foram preciso mais 47 minutos (sim, o celular registrou) para que ela terminasse de falar. Comentou sobre a queda da vizinha da minha sogra e contou cada detalhe do último episódio de Amor à Vida. Pronto, agora tenho que fazer a feira do mês.
Peguei o carrinho de compras e comecei a colocar tudo nele: uma margarina Deline, de tamanho médio; um pacote de sal sem estar muito duro ou furado, o macarrão para o almoço e... Ué, onde fica a área das bebidas?
- Bem, senhor - O