Crítica
“O Leitor” me provocou a ponto de não me conter na cadeira. Só não fui embora do cinema, pois estava acompanhado. Tive que suportar o filme até o fim. Ruminando minha irritação diante a covardia do personagem Michael interpretado por David Kross e Ralph Fiennes.
Dirigido por Stephen Daldry – o mesmo da “Billy Elliot” e “As Horas”, dois filmes dos quais sou fã. O filme é baseado no livro de Bernard Schlink e conta à história da paixão de Hanna (Kate Winslet) e Michel. Ela mais velha do que ele. Ele um adolescente em crise com a família que descobre nela a auto estima que os parentes não lhe oferece.
“The Reader” oferece um duplo sentido. Pode-se ler como “O Leitor” - como foi traduzido – e como “A Leitora”, o que foi prontamente questionado pelo amigo que me acompanhava.
Ela analfabeta recebia o garoto todos os dias após as aulas dele, para que o mesmo lesse para ela romances. Histórias essas que a levavam das lágrimas, ao riso e a cara de surpresa ao ver um mundo novo sendo relevado a sua frente. Quem é o verdadeiro leitor? Aquele que lê ou aquele que vivencia o que está sendo lido.
O que parecia ser apenas uma história de amor sobre pessoas com idades diferentes toma proporções dramáticas, quando o menino – agora estudante de direito – encontra Hanna no banco de réus, acusada de ser uma das funcionárias de Hitler, portanto culpada pela morte de cerca de 300 mulheres, queimadas.
Os valores humanos são postos em cheque quando vemos que o garoto recusa-se a defender Hanna, que acusada pelas “amigas”, assume o crime sozinha. Michael sabe que Hanna é analfabeta e que, portanto seria impossível ter escrito num caderno os relatos diários de sua função. Envergonhada, Hanna não assume a ignorância e paga o preço sozinha, pelo crime de