Crítica Filme Quanto Vale ou é Por Quilo
Eixo Trabalho em Saúde
FILME: QUANTO VALE OU É POR QUILO?
No filme é traçado um paralelo entre o modelo escravagista da época do Brasil império com o atual modelo neoliberal fazendo uma analogia entre o antigo comércio de escravos e a atual exploração da miséria pelo marketing social, com a repetição de alguns atores em situações também análogas. Nesse modelo atual a economia é globalizada, marcado por um mundo contemporâneo muito complexo e em contínua expansão, onde o que vale são os lucros, sejam eles provenientes de atividades econômicas, sociais, políticos ou de fontes duvidosas.
Existia a noção de que o mercado seria capaz de equacionar sozinho o problema do desenvolvimento das nações democráticas e capitalista, o qual transformaria tudo em produto, inclusive os gestos humanitários como a solidariedade e a caridade. No entanto, os discursos de transformação e de combate à desigualdade em prol do “combate à pobreza” está em declínio. O povo está aprisionado a uma democracia lúdica, uma vez que o capitalismo selvagem faz com que o mercado exclua, elimine e descarte. Assim como no modelo escravista a violência atual toma proporções cada vez maiores e as desigualdades sociais permanecem altas, não só nos indicadores socioeconômicos, como também na forma como o mercado de trabalho funciona.
Embora as ONGs sejam o centro da história do filme, no entanto outras instituições dessa democracia burguesa são abordadas e percebidas, como por exemplo o sistema carcerário brasileiro, os presídios superlotados, inclusive sendo comparados aos navios negreiros, já que o comércio de escravos estava em expansão do varejo ao atacado no século XVIII; mostrando também a sociedade constantemente recorrendo ao direito penal como forma de prevenção e proteção de determinados bens jurídicos.
No tempo do império os escravos eram propriedade, um objeto que custava para seu dono apenas a saúde e alimentação em troca do trabalho grátis, e