Resenha crítica sobre o filme quanto vale ou é por quilo?
O filme denuncia a relação da época da escravidão com os dias de hoje e o jogo de interesse que pode haver e, há, nas instituições beneficentes, ONGs e etc. Uma frase interessante a se destacar nas primeiras cenas é a de uma alforriada e um branco, donos de escravos, onde este rouba um escravo dela e, ela, ao ir atrás da recuperação de seu escravo, aos berros, diz “a minha violência está nos meus direitos”, mas em vão, pois além de não recuperá-lo, vai presa por desordem. O filme retrata várias cenas retiradas do Arquivo Nacional e também de um conto de Machado de Assis, ‘Pai contra Mãe’, sobre a época da escravidão, de como os negros eram tratados como produtos e de como estes produtos rendiam lucros. Duas histórias se entrelaçam mostrando que pouca coisa mudou daquela época pra cá, no sentido dessa exploração do ser humano, em principal das populações pobres e negras. Há outro momento interessante no filme que relata os empreendimentos de empresas nas relações sociais, destaco a frase ‘Quem financia a solidariedade está preocupado com o retorno’, dita pelo personagem Marco Aurélio Silveira. Ligo esta frase ao caso das amigas Maria Antonia e Lucrecia que tiveram uma amizade lucrativa, Maria tendo se beneficiado com o investimento de solidariedade com a amiga e Lucrecia tendo conseguido sua tão sonhada liberdade. ‘Ajudar a quem precisa é movimentar a economia do país’. Há milhares de instituições do terceiro setor no Brasil e, muitas delas, são simplesmente para a ascensão dos interesses e do enriquecimento desonesto, impróprio. O filme diz que são investidos 100 milhões de dólares ao ano para entidades apenas referentes ao cuidado de crianças abandonadas - que passam de 10 mil -, isto é, para cada criança, poderiam ser investidos, diretamente, 10 mil dólares. Não podemos, como na política também, dizer que todas instituições se encaixam nesse quadro de corrupção, mas há a súbita necessidade de