crítica de Vernant a Freud
Édipo sem complexo
Neste segundo tempo da aula o professor faz uma análise do texto Édipo sem complexo de Vernant(VERNANT,1999,pp53-72),que utilizando a carta de Freud à Fliess de 15/10/1897(FREUD,1986,p.273), faz uma crítica à leitura, ou mesmo a apropriação feita por Freud da tragédia grega Édipo Rei de Sófocles. Esta avaliação é quanto ao método. Freud faz uma interpretação psicanalítica do texto, desconsiderando completamente a interpretação histórica.Por isso,Vernant diz que Freud comete alguns equívocos: -Freud interpreta o texto à luz do seu tempo, ou seja no final do século XIX,início do século XX,enquanto a tragédia Édipo Rei surge no século V AC.,portanto há uma defasagem de vinte e cinco séculos,não havendo qualquer possibilidade de comparação entre os dois momentos históricos. -Freud vai privilegiar discorrer sobre o incesto e o parricídio ,como manifestações de um desejo que cada um traz dentro de si e luta contra a isso, que às vezes acontece.Não encontramos nada desse teor no personagem de Sófocles, pois quando Édipo mata Laio e casa-se com Jocasta, ele não sabia que estava matando seu pai e casando-se com sua mãe.O que permitiria a Freud dizer que ele sabia, é que no início da trama,Édipo ouviu dizer que não era filho de Pólibo e Mérope.Se ele é um filho suposto,(adotivo),dentro da concepção histórica e política da Grécia antiga ele é um Xenus ,ou seja ele não é dessa família ,é