Critica radical: o combate da dialética contra a coisificação das relações sociais
O combate da dialética contra a coisificação das relações sociais. 1
Paulo Rogério da Rosa Corrêa 2
Resumo: O artigo tem por objetivo anotar em breves apontamentos alguns aspectos da dialética marxiana (em especial no próprio Marx – no fetiche da mercadoria, bem como no trabalho alienado – a partir de algumas formulações de Karel kosik e Leandro konder) no combate contra a coisificação das relações sociais.
Palavras chaves: Dialética, Karl Marx, Fetichismo, Coisificação. “O que é, exatamente por ser tal como é, não vai ficar tal como está”.
Bertolt Brecht
Quando a filha pediu para que escrevesse algo em seu diário que sintetizasse sua maneira de pensar, que servisse como um lema em sua vida, Marx não teve dúvida e escreveu no questionário da filha: “duvidar de tudo” 3.
Por certo, quanto se referiu ao “duvidar de tudo” queria Marx apontar para a necessidade da desconfiança em relação ao que parecesse óbvio, ao que estivesse por demasiado evidente. Isto é, tanto a teoria quanto a prática exigem desconfiança, agudez e penetrabilidade, exige um contínuo rever de posições e interpretações; em síntese, exige radicalidade. Diferentemente do que tenta impor a academia e seus arautos, e que já se configura como um de seus lugares comuns, radicalidade não significa extremismo, nem dogmatismo, nem terrorismo. Radical para Marx e os pensadores materialistas é buscar as coisas pela raiz e, como se referiu o próprio Marx na obra Manuscritos Econômico-Filosóficos, a raiz das coisas é o próprio homem, não o homem individual, abstrato, como “mônoda”, mas o homem como coletividade, como atividade sensível, que é capaz de apreender e modifica a realidade na medida em que também modifica a si mesmo.
A crítica, assim pensada deve ser capaz de decifrar o caótico do real, de morder – nas palavras de Marilena Chauí – a nervura do real, de decifrar a essência por de trás das