A violência enquanto expressão da questão social
Monique Muniz Alves da Silva
RESUMO: Este artigo tem o objetivo de problematizar o fenômeno da violência enquanto expressão da Questão Social, a partir de uma perspectiva teórico crítica que apreende a violência em seu caráter multidimensional e multideterminado, considerando os aspectos sociais, culturais, psicológicos e econômicos que engendram a dinâmica da sociedade. Deste modo busca-se analisar como vem se configurando o fenômeno da violência como uma refração da questão social, no contexto social atual da sociedade.
Palavras-chave: Questão Social, Violência, Serviço Social.
INTRODUÇÃO
O reducionismo economicista na apreensão da questão social é na atualidade um fator preponderante para a recusa da violência enquanto expressão da questão social. Na medida em que a questão social surge na sociedade capitalista, o Serviço Social enquanto profissão inscrita na divisão sócio técnica do trabalho, desenvolve processos de trabalho que implicam a delimitação de um objeto de intervenção específico: as múltiplas expressões da questão social, subjacentes entre conflito capital e trabalho, diante do cenário atual da sociedade e dar relações sociais. Para tanto torna-se imperativo problematizar as múltiplas dimensões e determinações deste fenômeno contextualizando-o como objeto de intervenção do assistente social. Apreender o fenômeno da violência exige ao assistente social um referencial teórico que compreenda a complexidade do fenômeno, e possibilite uma análise crítica da realidade social.
O presente artigo, fundamentado por um referencial crítico a partir da teoria marxiana busca contextualizar o processo histórico da violência na dinâmica da sociedade, bem como problematiza-la em suas múltiplas expressões, apreendendo então o fenômeno não a partir de um conceito unívoco e absoluto, e sim como uma das múltiplas expressões da questão social. Deste modo