Th. adorno & m. horkheimer, dialética do esclarecimento
Breve Introdução
A Dialética do Esclarecimento, obra de Theodor Wiesengrund-Adorno e de Max Horkheimer, insere-se no conjunto das publicações realizadas no âmbito dos estudos e investigações da denominada Escola de Frankfurt. Esta Escola, para além dos autores supracitados e que correspondem, respetivamente, a uma primeira e segunda geração da mesma, orientados e inspirados pelo seu criador, Félix Weil, abarca um vasto número de pensadores e de filósofos (entre os quais, Marcuse, de Erich Fromm e, posteriormente, Jürgen Habermas), surgidos em torno do Instituto de Investigação Sociológica da Universidade de Frankfurt, Alemanha, nos anos vinte do século passado. O pensamento da Escola de Frankfurt evoluiu, consideravelmente, por fases. A ideologia condensada no Instituto insere-se, num primeiro período ou momento, no movimento pré-marxista dos anos vinte. Nos anos trinta, Horkheimer tinha esperança de que o marxismo pudesse ser a arma adequada contra o fascismo nascente e mesmo o instrumento certo para a transformação radical da sociedade dentro da ética judaica de justiça social (tal como Marx se tinha encarregado de evidenciar). No entanto, em breve, a desilusão em relação ao marxismo, considerado como autoritário e violento, acaba por imperar, enveredando pelo lado teórico, intelectual daquele movimento, isto é, por uma teoria crítica ou um marxismo intelectualizado. Deste modo, os pensadores da escola de Frankfurt passam a defender a ideia de uma crítica contra todas as condições escravizantes, tanto metafísicas como ideológicas, opondo-se à regimentação do intelecto e à consequente esterilidade do Partido Comunista.
O segundo momento de desenvolvimento da Escola, correspondente aos anos quarenta do século XX, é um período a partir do qual se faz notar a força especulativa de Adorno. Trata-se de um tempo caracterizado pelo confronto ideológico com o fascismo e pela crítica da “dominação”. O