crise e renovação da igreja
“[...] devemos ver a Reforma de século XVI como resposta verdadeiramente revolucionária ao fracasso das reformas dos séculos XIV e XV. Houve nela tentativas de fazer voltar a roda da história, buscando fazer a Igreja retornar às situações primitivas da Igreja Antiga, como podemos constatar em Thomas Müntzer e nos Anabatistas. Por outro lado, houve nela a busca sincera por acomodação a novas situações e abertura para as necessidades do momento [...]” (p.16)
“[...] Ao não observar as maiores necessidades religiosas das pessoas, ao não verificar a emancipação dos crentes em questões de fé e ao não substituir as estruturas entrementes arcaicas da Idade Média, a Igreja criou as condições e os pressupostos para o clamor por uma Reforma.” (p. 16)
“Sem dúvida, os papas do Renascimento deram importante contribuição para o advento da Reforma.” (p.16)
“[...] para a maior parte do clero, a Igreja era vista como sendo de sua propriedade. Era propriedade da qual se auferiam dividendos e prazeres. Quando se criava uma paróquia ou um bispado, o determinante não era a preocupação com o culto e com a cura d'almas, mas o desejo de realizar uma boa obra e obter, com isso, para si e para sua família parte nos tesouros da graça. Os candidatos não passavam por grande processo de seleção. Bispos e sacerdotes não se compreendiam como responsáveis por um ministério, para cujo desempenho recebiam o sustento necessário.” (p. 18)
“Se não havia preocupação com o espírito religioso ou com a cura d'almas, havia grande preocupação em relação ao dinheiro.[...]” (p. 18)
“[...] o poder existente na Igreja emana do povo; não há hierarquia de direito divino. O poder eclesiástico é meramente espiritual, limitando-se à pregação da palavra de Deus e à administração dos sacramentos. Como o poder eclesiástico emana da congregação dos fiéis, o concílio geral, enquanto representante da congregação dos fiéis, é a instância máxima que