Crise na Disney
Habituada a vencer na ficção, a Disney enfrenta agora uma crise bem real: o desaire financeiro da superprodução ‘John Carter’ – ainda nas salas – forçou o presidente dos estúdios a demitir-se. Rich Ross deixou o cargo ao fim de menos de três anos, incapaz de lidar com um fracasso que se traduziu em prejuízos de 151 milhões de euros.
Ross tornou-se o rosto de uma tendência de produções da Disney que têm falhado redondamente. Por exemplo, a anterior incursão pelo planeta vermelho, na animação ‘Mães Precisam-se em Marte’ (2011), converteu um orçamento de 114 milhões nuns embaraçosos 16 milhões de euros de receitas. Os casos estendem-se a ‘O Príncipe da Pérsia’, ou o primeiro passo em falso da Pixar, dado em 2011: ‘Carros 2’ rendeu pouco mais do que custou (150 milhões de euros) e teve críticas negativas, ficando até de fora das nomeações para o Óscar de Filme de Animação.
"Não creio que o papel de presidente seja a função mais adequada para mim", disse Ross, anteontem, na mensagem de despedida. Para trás, deixa o êxito do crescimento dos canais Disney Channel, a partir de fenômenos como ‘Hannah Montana’, que o levou a ser escolhido para o cargo que agora deixa vago.
Os especialistas na indústria do cinema estão com os olhos postos nos efeitos que o fiasco de ‘John Carter’ terá nas contas do estúdio, que já em 2011 sofrera um recuo de 5% nas receitas, para 4,8 mil milhões. Porém, ainda se especula sobre um final feliz: na quarta-feira, a Disney lança ‘Os Vingadores’, produção elogiada pela crítica que reúne os maiores heróis da Marvel. A missão passa assim por derrotar um vilão chamado crise.