Sociedades Politicas e Classes Governantes
Contemporâneo
MAYER, Arno J. Sociedade política e classes governantes: a base do Antigo Regime. In:
A Força da tradição: a persistência do Antigo Regime (1848-1914). São Paulo: Companhia das Letras, 1987, pp. 133 – 186.
Arno Mayer em seu livro “A força da tradição: a persistência do Antigo Regime”, especificamente no capítulo 3 – “Sociedade política e classes governantes: a base do Antigo
Regime” defende a tese de que a Europa em 1914, vésperas da Primeira Guerra Mundial ainda se encontrava alicerçada e dominada por instituições econômicas, sociais e culturais pertencentes ao Antigo Regime.
A fim de justificar sua tese, Mayer ao longo do capítulo aponta vários aspectos em que o elemento feudal prevalece. Recorre a importantes teóricos sociais que “trataram da intrincada relação entre o poder político, a força econômica e o status social” (p. 133). Cita
Marx e Engels e seu materialismo histórico, reforçando a ideia da complexidade das relações sócio-econômicas e Estado. Max Weber e os seus tipos ideiais e formas de dominação.
Thorstein Veblen e sua teoria acerca das classes ociosas e Schumpeter com suas análises sobre a classe dirigente. De acordo com o autor, cada um desses teóricos apresenta reflexões interessantes para se analisar “as classes governantes e as instituições tradicionais da Europa”
(p. 137).
Para Mayer, em 1914 os reis ainda ocupavam um lugar central na sociedade civil e política da Europa. Eram o foco de rituais públicos fascinantes que inflamavam sentimentos monarquistas e relegitimavam a antiga ordem. Contudo, o autor deixa claro que as influências dos reis não eram apenas de cunho simbólico e cerimonial, mas sim devido aos recursos e poderes que dispunham. Os monarcas eram os principais proprietários de terras na Europa e, portanto eram defensores dos interesses da aristocracia agrária. Aos reis também cabia a função de indicar e demitir