Crise da Dívida Externa
Até 1973, segundo Davidoff Cruz, a balança comercial esteve perfeitamente equilibrada, o que tampouco justifica a captação externa no período. O aumento da dívida pode ser atribuido, portanto, a uma preocupação em assegurar um bom volume de reservas internacionais, tais que essas fossem suficientes para garantir um ano de importações (as reservas brutas anteriormente não eram suficientes para cobrir nem um mês).
Entre 1974 e 77, o endividamento cresceu com o financiamento dos altos déficits em transações correntes causados pelos choques externos, além da decisão de implantar o II PND, financiando os déficits da balança comercial e de serviços. Os grandes investimentos estatais do período também fizeram a participação estatal da dívida aumentar expressivamente (ao mesmo tempo em que houve retração dos investimentos privados). Além disso, os empréstimos passaram a ser feitos a taxas de juros variáveis, que se tornariam cada vez maiores. Isso, junto com o aumento da dívida bruta, tornou o endividamento externo um processo autoalimentado. Entre 1977 e 78, o pagamento de juros já representava quase 50% do déficit em conta corrente.
A partir de 1979, a situação das contas externas tornou-se extremamente grave, devido ao novo choque do petróleo e ao choque dos juros externos. Além disso, o aumento do protecionismo e a retração dos fluxos comerciais, implicou na redução das exportações brasileiras em 1982/83.
No final de 1982, após a moratória mexicana, o Brasil buscou, com o FMI, recursos e apoio para renegociar a dívida. Foi esse o destino dos elevados superávits comerciais que o país registrou