A crise da dívida externa e a crise fiscal do Estado
O aumento do endividamento foi acelerado a partir do milagre econômico, supostamente financiado pela entrada de recursos externos. A partir do primeiro choque do petróleo e durante o período de implantação do II PND, o endividamento aumentou devido ao financiamento dos déficits em transações correntes do país.
Após o segundo choque do petróleo e o choque dos juros externos, a progressão do endividamento passou a se alimentar da elevação dos custos da própria divida e da deterioração dos termos de troca.
O crescente aumento das despesas com serviço da dívida estaca na origem de deterioração das contas internas do país, a chamada crise fiscal do Estado, no estancamento de seu crescimento, na queda do nível de investimentos e na disparada da inflação.
12.1 Dívida Externa – Origem e Crescimento
O aumento do endividamento externo do país, em decorrência da grande liquidez internacional de capitais, ocorreu no final da década de 1960, após o inicio do milagre econômico. Em 1969, a dívida ultrapassou os US$ 4 bilhoes, após permanecer um pouco acima dos US$ 3 milhoes durante toda a década. Em 1973 subiu para US$ 12,6 bilhoes, crescendo a uma taxa média de 25,1% ao ano. Procurou-se associar esse rápido crescimento da dívida ao grande crescimento do PIB durante o milagre econômico, mas esse crescimento foi financiado quase que totalmente por recursos internos.
A interrupção na década de oitenta, de uma longa história de crescimento que caracterizava o Brasil, é resultado de um amplo conjunto de causas entre as quais, o peso insustentável dadívida externa, o imobilismo gerado por uma excessiva protecção à indústria nacional, o fracasso dos programas de estabilização no combate à inflação e o esgotamento de um modelo