Criocirurgia
O termo criocirurgia designa uma terapia com mais de 100 anos de utilização, tendo principal destaque na especialidade da dermatologia. A sua primeira aplicação consta do ano de 1851, por James Arnodt.
Este método recorre ao efeito de baixas temperaturas, em que ocorre destruição tecidual, diferenciando-se assim da crioterapia (não ocorre destruição). É a especialidade que mais vantagens obteve com o uso do frio, por ser simples e eficiente no tratamento de diversos tumores benignos e malignos da pele. O primeiro criógeno a ser utilizado no tratamento foi o gás carbónico, que atingia a temperatura de -79ºC, tendo a desvantagem de ser limitado a lesões muito superficiais. Foi mais tarde substituído pelo atual criógeno, o nitrogénio líquido a -196ºC que permite boa penetração do congelamento da pele, sendo os riscos praticamente inexistentes.
Mecanismos de ação e Procedimento
Os efeitos que se verificam nas células e na estase vascular que se desenvolvem após o descongelamento estão relacionados com a ação do gelo nos tecidos. Verifica-se, durante o congelamento, a formação de cristais de gelo intracelular e extracelular. Ao formar-se o gelo extracelular, altera-se o gradiente osmótico entre os meios, tendo um efeito hiperosmolar que extrai água do meio intracelular e provoca uma concentração tóxica de eletrólitos, provocando danos irreversíveis nas células. Este aumento resulta na alteração do pH em macromoleculas e na membrana celular. O tempo de congelamento e a temperatura mínima atingida são os factores de que depende a formação do gelo intracelular. Ao procedermos a um congelamento rápido a baixa temperatura resulta numa maior quantidade de gelo intracelular. Assim, não ocorre a perda de água para o meio extracelular e formam-se pequenos cristais intracelulares, que provocam danos nos organelos como as mitocôndrias e reticulo ondoplasmático, induzindo a uma destruição celular irreversível.
Este procedimento provoca o congelamento