crime passional
Dentre as tipificações encontradas na literatura no que tange ao ciúme, o que gera maior interesse tanto por parte dos profissionais como dos leigos é o ciúme romântico, isto é, aquele vinculado a relacionamento amoroso, sempre remetido ao jargão “quem ama cuida”.
O ciúme patológico ou mórbido é também conhecido na literatura como “Síndrome de Otelo”, uma das principais obras de William Shakespeare. Abarca uma série de pensamentos irracionais fundados basilarmente em desconfiança excessiva, triangularidade afetiva (mesmo que ilusória), níveis exagerados de insegurança, rebaixamento de auto-estima e auto-imagem e excessivo medo de perder o companheiro para outrem, desencadeando um desejo total de controle sobre o comportamento e sentimentos deste.
Segundo Rabinowicz (2007, p. 61), “ciúme é o medo de perder o objeto para o qual se dirigem os nossos desejos [...]. O ciúme destrói, instantaneamente, a tranquilidade da alma”.
O curto circuito do ciúme é determinado pelo sentimento da perda da posse. Considerado como o maior propulsor do homicídio passional, o ciúme patológico é considerado como uma doença que não aflige somente o “paciente”, mas, sobretudo a vítima. É um misto de complexo de inferioridade com imaturidade afetiva, uma expressão de egoísmo descomedido, marcado pelo ato de perda da posse. Em epítome, o ciumento desequilibrado, reduz sua vida àquela relação com a pessoa amada.
Cumpre examinarmos, neste passo, lição de Almeida e Centeville (2008, p.174):
O ciúme patológico pode ser considerado também uma doença com conseqüências físicas e psicológicas para ambas as partes, para o ciumento e para a vítima do ciúme. Existem pessoas que passam do limite por medo de perder o bem amado ou simplesmente por insegurança e falta de confiança em si próprio ou no outro. Então, o ciúme patológico é uma reação