Criança selvagem
As mulheres de uma vila de Kabonge, em Uganda, estavam espantadas com a grande bagunça que os macacos verdes africanos faziam enquanto corriam, atiravam gravetos e paus roubando comida da aldeia. Cansados da bagunça, espantaram os animais, e capturaram um deles que subia numa árvore. Ao olharem de perto o "animal", perceberam que tratava-se de um menino, coberto de poeira, cabelos e pelos por todo o corpo. Também tinha unhas compridas, e pulgas que se alojavam em todas as cavidades do corpo.
Depois de banhá-lo, barbeá-lo e colocá-lo em trajes "decentes", o jovem foi identificado por um aldeão como John Ssabunnya, menino desaparecido da vila anos antes, depois da morte de seus pais. O garoto, aos 5 anos de idade, havia assistido o pai assassinar a mãe, e assustado, fugiu para a floresta. Após o crime, o pai do menino suicidou-se. Ninguém conseguiu seguir o rastro do pequeno órfão.
Uma colônia de macacos verdes recolheu o menininho e adotou-o , salvando assim sua vida. O menino aprendeu tudo com os macacos, inclusive subir em árvores e comer uma dieta de frutas, nozes, raízes e grãos. Viveu com sua nova "família" por 3 ou 4 anos, até ser capturado pelos aldeões de sua vila.
John foi encaminhado para um orfanato cristão em Kamuzinda, a 161 Km de Kampala, onde foi adotado pela família do administrador do orfanato, Paul Wassuna. Aprendeu a falar e comportar-se como um ser humano. The Pearl Of Africa Children Choir, um grupo de canto coral do orfanato, ajudou-o a recuperar o contato com a civilização.
Hillary Cook, uma dentista inglesa de 56 anos que trabalhava em Uganda naquele tempo, encontrou John e passou sua história para a BBC (emissora de TV inglesa British Broadcasting Corporation), que verificou sua veracidade.
Depois de ouvir todas as testemunhas do caso, a BBC levou um grupo de crianças, incluindo John, para o Centro de Educação de Vida Selvagem de Uganda, onde a primatologista Debbie Cox