cotas
NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS
Gregório Durlo Grisa*
RESUMO: No exercício de pensarmos um pouco sobre o cenário social e racial das universidades públicas brasileiras, é impossível hoje não tratarmos das ações afirmativas promovidas através da reserva de vagas para alunos negros oriundos de escola pública, como ocorre na UFRGS. As cotas, como são popularmente conhecidas, são aqui o veículo que utilizaremos para viajar nos campos teóricos da sociologia, da política e da educação. É importante destacarmos, portanto, que a questão das cotas para negros no ensino superior não encerra, de modo algum, o debate acerca da questão racial, social e histórica do nosso país. O presente trabalho trás alguns argumentos na defesa das políticas de cotas sociais e raciais, assim como uma reflexão sobre o conceito de “raça” e a formação social do Brasil e da América latina.
PALVRAS CHAVE: Cotas, Racismo e Classes sociais.
Nesse primeiro semestre de 2008, o Supremo Tribunal Federal recebeu tanto um manifesto que alega à inconstitucionalidade da implantação de cotas raciais nas universidades públicas brasileiras, quanto outro manifesto favorável às cotas. O tema passa a ser pauta de estudo da corte maior do país, assim como dos debates universitários contemporâneos.
Ao lermos uma entrevista na revista “Isto é”, de 28/05/2008, da procuradora do Distrito Federal, Roberta Fragoso Kaufmann, que é contrária à política de cotas, ficamos bastante preocupados com o que envolve o julgamento do STF. A procuradora, que assinou o manifesto de oposição às cotas, traz argumentos bastante discutíveis, comparações dissociadas da realidade e
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Pedagogo formado na UERGS, especialista em Psicopedagogia Social pela FACOS e mestrando do Programa de Pósgraduação em Educação da UFRGS, orientando da