Correntes do pensamento geográfico
As transformações sucessivas que ocorrem no conhecimento científico e no contexto sócio-econômico promovem a contínua mudança nos desafios e nos problemas enfrentados pelos homens. Procurando analisar e explicar esses problemas, a fim de propor soluções e prever as possíveis conseqüências futuras, o conhecimento científico está sempre aceitando os desafios e lutando para superar as questões relevantes para as sociedades. Considerando as mais variadas ciências, que são parcelas da comunidade científica global, podemos observar que cada ciência particular reage de modo diferente a esse desafio e à solicitação, e o seu momento histórico pode colocá-la na posição de vanguarda ou na posição de acompanhante do cortejo das ciências, conforme a valorização que a elas é destinada.
Nesta oportunidade, a nossa preocupação restringe-se ao conhecimento geográfico. Não é nosso desejo retraçar a evolução histórica desta parcela científica, nem analisar as obras e as contribuições dos grandes mestres. O nosso objetivo é oferecer um quadro genérico sobre as principais perspectivas que foram predominantes, no transcurso do século XX, no comando e na orientação das pesquisas, assim como norteadoras das finalidades propostas para a Geografia. A focalização maior é sobre as tendências que se mesclam na atualidade, cada uma procurando ser a mais significativa e o farol da atividade geográfica. Sob cada focalização a argumentação sempre é a de ser a substitutiva, mostrando ser melhor que as precedentes ou as competidoras. Todavia, não se poderá compreender esse debate atual se não abordarmos as características da geografia predominante na primeira metade do Século XX, se não tivermos uma visão mais abrangente do seu desenvolvimento no tempo. A fim de esclarecer e caracterizar as diversas perspectivas atuantes nos estudos geográficos procurou estabelecer o seguinte esquema seqüencial em nossa exposição: a fase tradicional (pré-1950), a Nova