Corporativismo
O corporativismo é uma forma de organização político-económica das sociedades, que se distancia das outras (que vão desde o dirigismo estatal puro até ao liberalismo radical) pelo facto de implicar a existência das denominadas corporações. As corporações são corpos profissionais que assumem o controlo dos principais aspetos da economia, ficando o Estado sem intervenção relevante a esse nível.
De acordo com o sistema corporativista, as corporações correspondem a instituições que podem ter vários tipos de carácter: económico, moral e cultural.
Entre as instituições de carácter económico associadas ao corporativismo podem destacar-se os sindicatos (associações profissionais setoriais cujo principal objetivo é a defesa dos interesses económicos e profissionais dos elementos que os compõem), os grémios, as associações de comércio, as associações da indústria, as associações da agricultura, etc.
Relativamente às instituições de carácter moral no âmbito do Corporativismo podem referir-se as misericórdias, as associações de assistência, etc.
Finalmente, no que concerne a instituições de carácter cultural, o corporativismo pressupõe a atribuições de poderes a universidades, academias, etc.
Tendo em conta o referido, pode dizer-se que o corporativismo preconiza a renúncia do Estado a um conjunto de poderes a todos os níveis da vida política, económica e social, bem como da luta de classes, aspeto fundamental da doutrina socialista, designadamente do raciocínio de Karl Marx. De acordo com o corporativismo, a luta de classes não faz sentido na medida em que os setores de atividade se organizariam em comunidades de trabalho sem qualquer oposição entre as classes sociais. De facto, de acordo com o corporativismo, essa organização institucional provocaria uma forte solidariedade entre os interesses corporativos.
Em Portugal, o regime salazarista baseou-se fortemente no corporativismo, embora na prática, e tal como aconteceu noutras experiências de