Corporativismo e sua aplicação no campo da saúde
A aplicação do conceito de corporativismo enquanto intermediação de interesses privados no campo da saúde implica algumas definições mais precisas. Trata-se de entender quais são os grupos que participam da negociação corporativa de políticas públicas; classificando-se os grupos em função de sua posição na estrutura econômica, pode-se diferenciá-los em grupos de produtores e consumidores de bens e serviços. Entre os primeiros agrupam-se tanto os trabalhadores assalariados como empresários, pois têm a mesma capacidade de poder obstruir o processo de produção e ambos na medida que se organizam, adquirem uma posição de força que lhes dá acesso às estruturas corporativas e à negociação de políticas públicas.
Os grupos de consumidores ou usuários de bens e serviços coletivos estão em desvantagem estrutural em relação aos produtores pois não têm o poder de obstruir o processo de produção; mas podem vir a formar movimentos importantes na mobilização por políticas atendendo a seus interesses.
O corporativismo, segundo Cawson era para os fortes e o pluralismo para os fracos uma vez que os grupos mais sujeitos ao processo de corporativização são os produtores, pois são reconhecidos pelo Estado.
Essa corporativização varia de acordo com o tipo de grupo incorporado; Offe coloca que os objetivos do Estado são bem diferentes ao conceder o direito de representação funcional para sindicatos e para outros grupos. Para as organizações da classe trabalhadora, o que se quer conseguir é restrição, disciplina, responsabilidade. No caso do grupo de interesse comum ao qual é concedido um status público e direito a "auto- administração" o principal motivo é a delegação, devolução e transferência de questões e demandas políticas a uma arena onde elas não afetam diretamente a estabilidade do governo central e a coesão de seu partido de apoio ou coalizão partidária. Então o corporativismo por um lado restringe a base de poder das