Corpolatria
Corpolatria é o culto exagerado do corpo.
Na idade contemporânea a gordura é um excesso indesejado. Castro reforça esta idéia quando diz que “há um século nos países ocidentais desenvolvidos, os gordos eram amados; hoje, nos mesmos países, amam-se os magros”. Junto com estas mudanças, surge o exagero e suas conseqüências: os transtornos. Exagero este que aos poucos confundiu-se com dedicação e tornou-se aceitável na tarefa de moldar o corpo (ficando mais difícil saber onde termina a vaidade e começa a compulsão). Visando sanar os transtornos causados pelos excessos no culto à beleza foram criados tratamentos psicoterapêuticos preocupados em amenizar os danos e promover o bem-estar do corpo . Para conseguir chegar ao corpo considerado belo, e aumentar a tão cobiçada auto-estima - alicerce do amor próprio - as pessoas pagam “preços altos”, recorrem ao auto-cuidado com o corpo e saúde. O que é um paradoxo, pois ao longo dos séculos o homem busca a liberdade do seu corpo, e quando enfim a “consegue” é vítima do próprio aprisionamento moral. Nesta liberdade vigiada as medidas estão cada vez mais exageradas (para mais ou para menos), o ideal do corpo imbatível é divulgado pela mídia e a busca por práticas teoricamente saudáveis aumenta. Estas práticas muitas vezes são vendidas junto à Educação Física, apoiando-se no discurso de corpo saudável quando na verdade o mercado visa arrecadar numerários, deixando de lado o real conceito de saúde. Tudo isto contribui para o crescimento de um fenômeno chamado “corpolatria”, que expressa a ascensão da idolatria exagerada ao corpo na modernidade. O conflito entre liberdade e aprisionamento que atinge a sociedade de maneira definitiva no século XIX, deixa claro que temos o corpo teoricamente livre, porém subjugado ao padrão comum, assim como coloca Silva quando diz que:
O eixo civilizatório eleito no Ocidente gerou a construção de uma expectativa de corpo fundamentada no reforço de um sentimento contraditório que se