Corpolatria
Culto exagerado ao corpo
A “Corpolatria” é uma espécie de “patologia da modernidade” caracterizada pela preocupação e cuidado extremos com o próprio corpo não exatamente no sentido da saúde (ou presumida falta dela, como no caso da hipocondria), mas, particularmente no sentido narcísico de sua aparência ou embelezamento físico.
Para o corpólatra, sua imagem refletida no espelho se torna obsedante, incapaz de satisfazer-se com ela, sempre acha que pode e deve aperfeiçoá-la. Sendo assim, a corpolatria se manifesta como exagero no recurso às cirurgias plásticas, gastos excessivos com roupas e Marcas, tratamentos estéticos, abuso do fisiculturismo (musculação), uso de Anabolizantes, etc.
Não raro os padrões de beleza (ou a falta destes) inquietam milhões de pessoas.
Muitos homens e mulheres têm a pretensão de se enquadrarem ao que é esteticamente aceito e, focados nisto, acabam por escravizar seus hábitos mais simples em busca da perfeição. Comer menos, beber menos, dormir menos, viver menos; tudo em prol da pseudo-beleza. Mas não para por aí. Modificar determinados hábitos parece não saciar a histeria estética.
Dados da Organização Mundial de Saúde apontam crescente aumento nos casos de bulimia e anorexia bem como a utilização de esteróides e anabolizantes para atingir a este “padrão de beleza”.Esta busca incessante confunde as prioridades humanas e acabam sobrepondo valores morais e éticos.
A sociedade pós-moderna é seduzida pela mídia com propostas de mercado, interessado na constante insatisfação e na renovação.
Na cultura ocidental há um grande investimento na auto-imagem. O corpo “belo” é considerado uma mercadoria poderosa, cara. O olhar passa a ocupar lugar central – é o mundo das imagens, das aparências. O ter passa a ser sinônimo de reconhecimento do sujeito pelos outros. O sujeito perde-se em sua própria imagem, não dando conta das suas relações com o outro, pois amar implica em sacrificar um fragmento de seu narcisismo, enquanto ser